A inteligência artificial (IA) e a robótica estão revolucionando a indústria do entretenimento, gerando debates sobre o futuro do cinema tradicional. Segundo Paulo Twiaschor, essa transformação não é apenas tecnológica, mas também cultural e econômica, afetando desde a concepção de roteiros até a interação final com o público. Saiba mais, a seguir!
Como funciona a IA na produção de filmes, roteiros, direção e pós-produção?
A aplicação da inteligência artificial no cinema já é uma realidade. Softwares baseados em IA são capazes de analisar dados de bilheteria, preferências do público e tendências de consumo para sugerir roteiros mais atrativos. Além disso, algoritmos de aprendizado de máquina estão sendo usados na edição automatizada, nos efeitos especiais e até na criação de personagens digitais hiper-realistas.
Conforme Paulo Twiaschor, essas ferramentas proporcionam uma eficiência antes impensável, reduzindo custos e acelerando prazos. No entanto, o uso de IA também levanta discussões sobre a originalidade e a autoria criativa, uma vez que parte do trabalho humano está sendo substituída por máquinas.
E os videogames e as novas experiências imersivas com IA?
Nos videogames, a inteligência artificial é utilizada para personalizar a experiência do jogador, criando ambientes dinâmicos e NPCs (personagens não jogáveis) com comportamento realista. A IA aprende com as decisões do jogador, tornando cada partida única. Além disso, tecnologias como realidade virtual (VR) e realidade aumentada (AR) estão integrando IA e robótica para experiências imersivas em tempo real.
Paulo Twiaschor explica que essas inovações também estão redefinindo a forma como o público interage com o conteúdo, tornando o espectador um agente ativo na narrativa. Essa mudança desafia os formatos tradicionais de cinema, que se baseiam em experiências passivas.
Quais os impactos éticos e a substituição de empregos criativos?
Apesar dos avanços tecnológicos, a crescente automação levanta questões éticas significativas. A substituição de roteiristas, diretores, editores, atores e outros profissionais criativos por sistemas de IA gera preocupações sobre o futuro do trabalho na indústria do entretenimento. Além disso, há dúvidas sobre os direitos autorais de obras criadas por máquinas e os limites da criatividade artificial.

Para Paulo Twiaschor, é essencial estabelecer diretrizes claras para garantir que a tecnologia complemente, e não substitua completamente, a contribuição humana. A valorização da criatividade humana deve caminhar junto à inovação tecnológica, preservando o valor cultural e artístico das produções.
O fim do cinema tradicional?
Com tantas transformações impulsionadas pela inteligência artificial, robôs e novas tecnologias, surge uma pergunta que inquieta cinéfilos, realizadores e críticos: estamos assistindo ao fim do cinema tradicional? A resposta, por enquanto, permanece incerta e cheia de nuances.
De fato, os formatos clássicos estão sendo desafiados por uma indústria que se reinventa a cada avanço tecnológico. Roteiros gerados por IA, atores digitais, cenários construídos integralmente no metaverso e experiências imersivas de realidade aumentada já são uma realidade em expansão. No entanto, isso não significa necessariamente o desaparecimento do cinema como o conhecemos, mas sim uma transformação profunda em sua linguagem, estética e modos de produção.
É possível — e até provável — que o cinema evolua, não como vítima dessas inovações, mas como um campo fértil de experimentação, onde as novas ferramentas se somam à criatividade humana.
Se, por um lado, os algoritmos oferecem novas possibilidades narrativas, por outro, o fator humano — a sensibilidade, a interpretação e o olhar único de cada criador — continuará sendo insubstituível. O que está em jogo não é o fim, mas uma reinvenção do cinema, que, como em outras revoluções anteriores (do cinema mudo ao falado, do preto e branco ao colorido, da película ao digital), encontra na inovação uma oportunidade de se transformar, sem perder sua essência.
Autor: Kalazah Eleri