Conforme frisa o agropecuarista Agenor Vicente Pelissa, a pecuária é uma atividade essencial para a produção de alimentos no mundo, mas também é frequentemente associada a altos níveis de emissões de gases de efeito estufa (GEE). Dessa forma, nos últimos anos, práticas voltadas para a redução dessas emissões têm ganhado espaço, resultando na chamada pecuária de baixo carbono. Este modelo busca aliar produtividade à preservação ambiental, promovendo mudanças no manejo do gado, no uso das pastagens e em tecnologias aplicadas à produção.
Mas quais práticas vêm sendo utilizadas? Veja, a seguir.
Quais são as práticas que ajudam a reduzir as emissões na pecuária?
Uma das principais práticas na pecuária de baixo carbono é o manejo adequado das pastagens, como destaca o produtor rural Agenor Vicente Pelissa. A recuperação de áreas degradadas e o uso de sistemas de rotação permitem que o solo capture mais carbono da atmosfera. Ademais, o uso de sistemas como a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) combina a criação de gado com o cultivo de árvores e culturas agrícolas, otimizando o uso do solo e reduzindo consideravelmente a emissão de GEE.
Outra prática relevante é a adoção de dietas otimizadas para o gado. Ao incluir ingredientes que melhoram a digestão dos animais, é possível reduzir a liberação de metano, um gás com alto potencial de aquecimento global. Aliás, tecnologias como biodigestores para o tratamento de dejetos também têm papel crucial, transformando resíduos em energia limpa, em vez de permitir que liberem gases prejudiciais diretamente na atmosfera.
O benefício dessas práticas para o meio ambiente
A adoção de práticas de baixo carbono na pecuária contribui diretamente para a redução do desmatamento. Ao recuperar áreas degradadas e evitar a abertura de novas terras para pastagens, essas iniciativas ajudam a conservar a biodiversidade e a proteger ecossistemas importantes.
Segundo o empresário rural Agenor Vicente Pelissa, outro benefício é a melhoria da qualidade do ar e da água. Ao tratar dejetos animais de forma sustentável, a emissão de gases tóxicos é reduzida, assim como o risco de contaminação de rios e aquíferos. Isso resulta em um ambiente mais saudável para as comunidades locais e para os próprios animais, criando um ciclo positivo de preservação e produtividade.
Por que adotar a pecuária de baixo carbono é vantajoso economicamente?
A pecuária de baixo carbono não beneficia apenas o meio ambiente, mas também oferece vantagens econômicas para os produtores. De acordo com Agenor Vicente Pelissa, pastagens bem manejadas garantem maior produtividade por hectare, reduzindo custos e aumentando a lucratividade. Além disso, a adoção de práticas sustentáveis valoriza os produtos no mercado, atendendo à demanda crescente por alimentos produzidos com menor impacto ambiental.
Já do ponto de vista global, a transição para uma pecuária de baixo carbono contribui para o cumprimento de metas climáticas internacionais, como as do Acordo de Paris. Dessa forma, ao reduzir as emissões de GEE, a pecuária se torna uma parceira no combate ao aquecimento global, mostrando que é possível equilibrar produção e sustentabilidade.
Uma transição que proporciona um futuro mais equilibrado para a pecuária e para o planeta
Em conclusão, a pecuária de baixo carbono representa uma oportunidade excelente para transformar a produção animal em uma aliada no combate às mudanças climáticas. Pois, práticas como o manejo adequado das pastagens, a otimização das dietas do gado e o uso de tecnologias para tratar resíduos mostram que é possível sim, produzir de forma mais sustentável e não perder financeiramente.