A pequena propriedade rural desempenha um papel fundamental na produção de alimentos, na geração de empregos e na manutenção da vida no campo. No entanto, enfrenta uma série de desafios que, se não forem enfrentados com políticas públicas, inovação e apoio técnico, podem comprometer sua sustentabilidade. Segundo o advogado Dr. Carlos Alberto Arges Junior, especialista em direito agrário e desenvolvimento rural, compreender e enfrentar essas dificuldades é essencial para garantir a permanência do pequeno produtor no campo com dignidade e competitividade.
O Brasil possui mais de 4 milhões de estabelecimentos classificados como agricultura familiar, de acordo com o Censo Agropecuário. Essas propriedades, muitas vezes com estrutura modesta e produção diversificada, são responsáveis por uma parte significativa da alimentação que chega à mesa dos brasileiros. Ainda assim, operam com restrições financeiras, técnicas e logísticas que limitam seu crescimento.
Acesso limitado a crédito e financiamento
Um dos principais obstáculos enfrentados pelo pequeno produtor rural é a dificuldade de acesso ao crédito. As exigências bancárias, a falta de garantias e a burocracia afastam muitos agricultores de linhas de financiamento essenciais para modernizar sua produção ou investir em melhorias.

De acordo com Dr. Carlos Alberto Arges Junior, a ausência de regularização fundiária e de estrutura jurídica adequada impede muitos produtores de comprovarem a posse ou propriedade da terra, dificultando a obtenção de crédito rural, mesmo com taxas subsidiadas.
Tecnologia e assistência técnica insuficientes
A tecnologia no campo tem avançado rapidamente, mas ainda está distante da realidade de boa parte das pequenas propriedades. O acesso limitado à internet, à mecanização e a insumos de qualidade, somado à falta de orientação técnica, dificulta o aumento da produtividade e o uso racional dos recursos naturais.
Além disso, muitos produtores não recebem acompanhamento agronômico ou veterinário adequado, o que compromete a eficiência e a rentabilidade da produção. Conforme ressalta Dr. Carlos Alberto Arges Junior, ampliar programas de assistência técnica rural e capacitação é fundamental para profissionalizar a agricultura familiar.
Comercialização e escoamento da produção
Outro grande desafio é a comercialização dos produtos. Pequenos produtores enfrentam dificuldades para acessar mercados mais exigentes, integrar cadeias de fornecimento e garantir preços justos. Muitas vezes, vendem a produção a atravessadores, com pouca margem de lucro e sem contrato formal.
Problemas de logística e infraestrutura também afetam o escoamento da produção, principalmente em áreas com estradas precárias ou distantes dos centros urbanos. Essa limitação não apenas encarece o transporte, como também prejudica a conservação dos alimentos perecíveis.
Dr. Carlos Alberto Arges Junior destaca que o fortalecimento das cooperativas, a criação de circuitos curtos de comercialização (como feiras e vendas diretas) e o incentivo a compras públicas por programas sociais podem ser soluções eficientes para esse gargalo.
Questões fundiárias e insegurança jurídica
A insegurança sobre a posse da terra ainda é uma realidade em muitas regiões. A falta de regularização fundiária impede o pequeno produtor de formalizar a propriedade, acessar políticas públicas e proteger seu patrimônio em disputas legais.
Segundo Dr. Carlos Alberto Arges Junior, políticas de regularização fundiária simplificada, voltadas especificamente à agricultura familiar, são essenciais para garantir segurança jurídica, acesso ao crédito e valorização da terra.
Sucessão familiar e permanência no campo
A sucessão rural é outro desafio sensível. Muitos jovens deixam o campo em busca de oportunidades nas cidades, levando à descontinuidade das propriedades familiares. A falta de perspectiva, de renda atrativa e de infraestrutura básica (como educação e saúde) contribui para esse êxodo rural.
Para Dr. Carlos Alberto Arges Junior, criar condições para que os filhos dos produtores enxerguem futuro no campo é uma questão estratégica. Isso passa por incentivo à educação técnica, conectividade rural, apoio a empreendimentos agroindustriais e reconhecimento da importância social do pequeno produtor.
Conclusão: políticas públicas, apoio técnico e organização são o caminho
Os desafios enfrentados pelas pequenas propriedades rurais não são simples, mas podem ser superados com planejamento, acesso a políticas públicas e integração entre produtores. O fortalecimento da agricultura familiar é essencial para a segurança alimentar, o equilíbrio ambiental e a justiça social no Brasil.
Dr. Carlos Alberto Arges Junior reforça que o pequeno produtor não quer assistência pontual, mas oportunidades para crescer com autonomia e dignidade. Com suporte jurídico adequado, acesso à informação e valorização da produção, é possível transformar o cenário e garantir um futuro mais próspero no campo para todos.
Instagram: @argesearges
LinkedIn: Carlos Alberto Arges Junior
Site: argesadvogados.com.br
Autor: Kalazah Eleri